quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Traficantes ameaçam matar blogueiros no México


Traficantes mexicanos fizeram uma ameaça nesta semana aos sites que cobrem a guerra contra as drogas, ao colocarem uma mensagem ao lado de dois corpos mutilados pendurados em uma passarela.
Cartaz deixado por traficantes de drogas em ponte no México ameaça sites que cobrem a guerra contra o narcotráfico / ReproduçãoA mensagem advertia os blogueiros a ficarem em silêncio e foi encontrada perto dos corpos de um homem e uma mulher que pendiam de uma passarela na cidade de Nuevo Laredo, perto da fronteira com os EUA, na terça-feira.
"Isso é o que vai acontecer a todos aqueles que postarem coisas engraçadas na internet. É melhor prestar atenção. Estou prestes a pegar vocês", dizia o cartaz assinado apenas com a letra "Z", em uma referência à violenta quadrilha Zetas, que controla o tráfico na região.
O cartaz deixado junto aos corpos, que tinham entre 20 e 25 anos e não foram identificados, citava o nome de dois sites muito populares que cobrem a guerra contra as drogas no México: o Blog del Narco e o Frontera al Rojo Vivo. Este último, controlado pelo jornal "El Norte", da região de fronteira, disse que todo o material de arquivo foi retirado do blog, inclusive as informações sobre os colaboradores.
"De agora em diante, publicaremos apenas fatos específicos e informações sobre as comunidades da fronteira, e não ataques pessoais", dizia uma notícia publicada no site nesta quinta-feira.
Frequentemente, os traficantes de drogas ameaçam a mídia local, tentando impedir a cobertura. Ao menos 42 jornalistas foram mortos na região nos últimos cinco anos, de acordo com o Comitê para a Proteção dos Jornalistas.
Desde então, muitos jornais e outros veículos de comunicação deixaram de publicar fotos de vítimas de assassinato ou dos bilhetes que a quadrilha costuma usar para ameaçar os rivais, a polícia ou a população.
No total, cerca de 42 mil pessoas morreram desde que o presidente Felipe Calderón determinou que o Exército investisse contra os cartéis, em dezembro de 2006.

Fonte: O Globo

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